terça-feira, 9 de agosto de 2016

O convite de casamento

Crédito: Cherry Blossom Wedding via Photopin


Toda vez em que sou convidada para um casamento, fico profundamente feliz. Feliz por poder celebrar um momento bacana de duas pessoas, que envolve tantos planos em conjunto ou apenas aqueles para sentir a felicidade de ver o outro bem. Até o momento, nenhum dos meus melhores amigos de vida selaram a promessa de felizes para sempre com seus pares. Coleciono alguns enlaces de pessoas não tão próximas, que, sem dúvida alguma, me convidaram para a cerimônia apenas por protocolo. Já caí de paraquedas em casamento em que não sabia o nome da noiva, em outro em que perguntei onde estava o pai do noivo por não saber que o mesmo já havia falecido… Pérolas assim.


Lendo essa crônica maravilhosa da jornalista Lily O'Donnell no The Washington Post – dá para ler traduzida aqui, no Estadão -, em que ela conta ter reavaliado muitas relações pessoais ao fazer a lista de convidados de seu casamento, pensei no que faz eu, Monique, ser convidada para um momento assim.

Mês que vem, será a vez de uma colega de trabalho ir para o altar. Quando começaram os burburinhos de “Você vai no casamento dela?”, a minha resposta era “Não sei… Mas tudo bem se ela não me convidar porque entendo que esse seja um momento em que apenas quem realmente participou da vida dos dois deva estar lá.” Mas, em uma segunda-feira de manhã, recebi um envelope branco envolto em um lacinho cor-de-rosa com um “Para os amigos Daniel e Monique” e fiquei com o coração feliz. Me senti honrada por ela, a noiva, me querer em um dia tão especial. 

Entretanto, mais do que isso, tal convite me fez pensar no porquê de ela me querer nesse dia. Nós nos conhecemos há menos de um ano entre um horário almoço e outro. Em uma parte desse período, passei por uma situação meio traumática, em que todo dia ela me perguntava como eu estava me sentindo. Nos encontros no banheiro feminino da empresa, ela se dispunha a me ouvir e realmente demonstrava estar ali para isso. E foi acompanhando a minha melhora, sempre dizendo palavras iluminadas e pontuando o quanto eu estava mais leve a cada dia que passava. Novos assuntos surgiram: a reforma do apê novo, origamis, os preparativos para a festa, coisas da vida, situações de família. Aí eu percebi o que tinha nascido: uma nova amizade, que passaria a agregar não só nos 60 minutos de almoço e nos vários outros de trabalho, mas que daria mais encanto e carinho à vida.

O convite para o casamento passou a ter um outro significado. Depois disso, conclui que não participei da vida desse casal que, particularmente, acho lindo e promissor, durante os anos de namoro, mas que daqui para frente tenho a chance e a honra de estar nesse novo ciclo que se iniciará - e que promete ser maravilhoso.

Sejam felizes, Ju e Gui!